O termo “república” deriva do latim Res Publica e
significa, literalmente, “coisa pública”, isto é, aquilo que diz respeito
ao interesse público de todos os cidadãos. República é uma forma ou
modelo de organização política que teve origem na antiga Roma, no
século VI a.C., após a derrubada do último rei etrusco, Tarquínio,
que tinha influência sobre a região do Lácio, na Península Itálica, onde está
situada Roma. O fim da monarquia em Roma foi ocasionado por um golpe político
dado pela aristocracia patrícia da cidade.
O que é República?
República é uma palavra que descreve uma forma de
governo em que o Chefe de Estado é eleito pelos representantes dos
cidadãos ou pelos próprios cidadãos, e exerce a sua função durante um tempo
limitado.
Esta palavra deriva do latim res publica, expressão que
pode ser traduzida como "assunto público".
Em uma República, o poder tem origem em um grupo de cidadãos,
que delega esse poder a um elemento designado Chefe de Estado ou Presidente da
República. A eleição de um Presidente da República é feita através do voto
direto dos cidadãos ou por uma assembleia restrita. No âmbito de uma república,
a função de presidente é exercida durante um período de tempo limitado, sendo
que só podem exercer durante um número limitado de mandatos.
Uma das características mais importantes da República é a
vertente eleitoral do presidente. No entanto, existem outros aspectos muito
importantes, como a subordinação a leis fundamentais e à constituição (aprovada
diretamente pelos cidadãos ou pelos seus representantes eleitos), que servem
para regrar a vida política do determinado país.
A palavra república foi usada para classificar as
cidades-estado da Grécia, o regime abordado pelo império Romano (república
romana) ou o regime instituído por Oliver Cromwell no século XVII na
Inglaterra. No entanto, a república na sua concepção moderna (que consiste na
figura de um chefe de estado e na divisão de poderes) só surgiu depois do
fortalecimento do liberalismo.
Assim como um monarquia pode ser uma democracia, uma
república também pode ser uma ditadura. No Brasil, por exemplo, a República
da Espada foi o nome dado à ditadura militar instituída entre 1889 e 1894.
A República da Espada consiste na primeira fase da República Velha, um
período que aconteceu entre 1889 e 1930.
No sentido acadêmico, uma república pode representar um
conjunto de estudantes que vivem na mesma casa. Em sentido figurado, tem um
sentido pejorativo, indicando uma casa sem ordem e sem disciplina.
República federativa
República federativa ou república federal consiste em um
estado que é ao mesmo tempo uma república e uma federação. Isto significa que o
país em questão tem um ou uma Presidente, mas está dividido em Estados, regiões
ou entidades, que possuem alguma autonomia governativa.
O Brasil é um exemplo deste tipo de república, sendo que a
República Federativa do Brasil é constituída pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, sendo um Estado Democrático de
Direito. O artigo 18 da Constituição Federal afirma que "A organização
político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União,
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos
desta Constituição."
Estrutura e instituições republicanas
É da estrutura da República Romana que derivaram as
principais instituições políticas modernas, como o Parlamento, constituído
por membros representantes da população. O Parlamento, hoje em dia, compõe a
estrutura política tanto de regimes presidencialistas (nos quais
o presidente é o chefe de governo e o chefe de Estado ao mesmo tempo), como o
brasileiro e o estadunidense, quanto de regimes monarquistas, como o
Reino Unido e o Japão (nos quais o chefe de Estado é o monarca, e o chefe de
governo é o primeiro-ministro). Há também a variante do modelo misto, o parlamentarismo presidencialista,
em que o presidente é o chefe de Estado, e o primeiro-ministro, o chefe de
governo.
Na antiga Roma, o senado e as assembleias constituíam
esse “corpo parlamentar”. Dos senadores provinha a autoridade sobre os magistrados, que
tinham funções administrativas de acordo com seu posto e
jurisdição, de modo semelhante ao que acontece hoje com os membros do Poder Executivo republicano.
Entre os cargos da magistratura na República Romana, estavam os cônsules (o
mais alto posto), pretores, censores, questores, edis e, em ocasiões
específicas, como o tempo de guerra, o ditador.
República na Idade
Média e na Idade Moderna
É importante ressaltar, porém, que as instituições
republicanas foram transformando-se na IdadeMédia e na Idade Moderna até
chegar aos modelos que conhecemos hoje, cujas matrizes principais vêm da Independência
dos Estados Unidos e da Revolução
Francesa. As cidades portuárias da Península Itálica, como Veneza e Gênova, bem
como a região dos Países Baixos, como Amsterdã, na transição da Idade
Média para a Idade Moderna, tiveram uma grande eferverscência econômica, com
grande trânsito comercial.
Essa característica possibilitou a formação de pequenas
repúblicas que se relacionavam com grandes Impérios, com o Sacro
Império Romano-Germânico. A República das Sete Províncias dos Países
Baixos, por exemplo, criada em 1581, foi responsável pelo desenvolvimento dos
maiores empreendimentos financeiros mercantilistas: as Companhias das
Índias Ocidentais e das Índias Orientais.
Houve ainda, no século XVII, o exemplo da república
(parlamento republicano) de OliverCromwell, na Inglaterra, após a decapitação
do rei Carlos I, em janeiro de 1649. Entretanto, Cromwell dissolveu o
Parlamento em 1643, tornando-se ditador no sentido moderno do tempo – cerceador
das liberdades políticas dos cidadãos.
Período republicano
teve início em 1889, com a proclamação da República pelo Marechal Deodoro
A era republicana no Brasil teve início em 1889, com a
proclamação da República pelo Marechal Deodoro da Fonseca, e vigora até os dias
de hoje. Nesses anos, o país passou por importantes mudanças de governo,
inclusive um período de ditadura militar.
O Brasil República pode ser dividido em cinco fases:
República Velha, Era Vargas, República Populista, Ditadura Militar e Nova
República.
República Velha
(1889 – 1930)
O período começa com a Proclamação da República, liderada pelo
Marechal Deodoro da Fonseca em 1889. Em 1891, é promulgada a primeira
constituição da era republicana.
Também conhecido como República das Oligarquias, o período
foi marcado por governos ligados ao setor agrário, que se mantinham no poder de
forma alternada: a “política do café com leite”. A quebra dessa troca de
governo provocou a Revolução de 1930 e marcou o fim da República Velha.
Era Vargas
(1930-1945)
Os primeiros anos da Era Vargas foram marcados pelo clima de
tensão entre as oligarquias e os militares - principalmente no estado de São
Paulo – o que provocou a Revolução Constitucionalista de 1932.
Em 1935, a Aliança Nacional Libertadora (ANL) promoveu uma
tentativa de golpe contra o governo Getúlio Vargas – a Intentona Comunista.
Getúlio aproveitou o episódio para declarar estado de sítio e ampliar seus
poderes políticos. Nessa época, Getúlio adotou um discurso nacionalista e
começou a articular um movimento pela sua permanência no cargo. Mas em 1945, o
Exército derrubou o presidente.
República Populista
(1945-1964)
Após a queda de Getúlio, o general Eurico Gaspar Dutra foi
eleito presidente. A Assembléia Constituinte criou a quinta constituição
brasileira, que estabeleceu os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Em 1950, Getúlio volta ao cenário político e vence as
eleições presidenciais. Graças a sua postura nacionalista, ele recebe apoio de
empresários, Forças Armadas, grupos de políticos no Congresso, da União
Nacional dos Estudantes (UNE) e da sociedade.
Enquanto isso, a oposição crescia e se organizava contra o
governo. Em 23 de agosto de 1954, 27 generais exigem publicamente a renúncia de
Vargas. Na manhã de 24 de agosto, Vargas comete suicídio.
Juscelino Kubitschek assume a presidência em janeiro de 1955
com a promessa de realizar “cinqüenta anos em cinco”. A reação à política de JK
veio com a eleição do populista Jânio Quadros, que renunciou ao mandato no ano
seguinte. Na época, especulou-se que a renúncia foi uma estratégia usada pelo
presidente para conseguir que o Congresso lhe oferecesse poderes totais. Mas ao
contrário do que Jânio esperava, o Congresso aceitou prontamente sua saída.
Regime Militar
(1964-1985)
Com o aumento da crise política e das tensões sociais, em
março de 1964 tropas em Minas Gerais e São Paulo saem às ruas. No dia 9 de
abril, é decretado o Ato Institucional Número 1 (AI-1), que cassa mandatos
políticos e tira a estabilidade de funcionários públicos.
O marechal Humberto de Alencar Castello Branco foi eleito
presidente. Em seu governo, foram promulgados os Atos Institucionais, que
suspenderam os direitos políticos dos cidadãos.
Em 1967, o marechal Arthur da Costa e Silva assume a
presidência e decreta, em 1968, o Ato Institucional Número 5 (AI-5), que fechou
o sistema político e ampliou a repressão da ditadura.
No final de 1969, Costa e Silva adoece e é substituído por
uma junta militar. Em seguida, o general Emílio Garrastazu Médici assume a
presidência. Com ele, cresce a repressão e uma severa política de censura é
colocada em prática para todos os meios de comunicação e expressão.
Sucessor de Médici, o general Ernesto Geisel inicia um lento
processo de transição rumo à democracia. Em 1978, ele acaba com o AI-5 e impõe
o general João Batista Figueiredo para a sucessão. Figueiredo decreta então a
Lei da Anistia e restabelece o pluripartidarismo.
Nova República
(1985-hoje)
A Nova República é o período que se seguiu ao governo militar
caracterizado pela democratização política e pela estabilização econômica.
Em 1984, o movimento “Diretas Já” mobilizou milhões de
brasileiros que pediam eleições diretas para presidente. A Câmara dos
Deputados, no entanto, não aprova e o Colégio Eleitoral elege o deputado
oposicionista Tancredo Neves que concorria contra Paulo Maluf.
Tancredo não chega a tomar posse, falecendo vítima de
infecção hospitalar. O vice, José Sarney assume e, no seu governo, é promulgada
a Constituição de 1988. O documento instituiu o Estado democrático e a
república presidencialista.
Em 1989, Fernando Collor de Mello vence as primeiras eleições
diretas para presidente realizadas desde 1960. Praticamente desconhecido no
resto do país, sua campanha foi baseada na promessa de combate à corrupção e da
construção de uma imagem de líder jovem e dinâmico.
Após dois anos de governo, o Congresso Nacional instaura uma
CPI cujas conclusões levam ao pedido de afastamento do presidente
(impeachment), mas Collor renunciou antes de ter seu impedimento aprovado.
Mesmo assim, o ex-presidente teve seus direitos políticos suspensos por dez
anos.
Um dos fatos mais marcantes desse período foi o movimento dos
“Caras Pintadas”, quando milhares de estudantes saíram às ruas pedindo o
impeachment de Collor.
Após a renúncia, o vice-presidente Itamar Franco assume o
cargo. Em sua administração, é implantado o Plano Real. O projeto foi executado
pela equipe do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, que se
elegeu presidente em 1994 e foi reeleito em 1998.
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