O anarquismo visa(anarquia significado), principalmente, a
emancipação do ser humano, o fim da exploração dos animais e do domínio de uns
sobre outros, seja qual for a sua forma, são características do anarquismo.
Anarquia sempre foi a desordem e o caos e hoje muitos tentam fazer com que a Anarquia seja algo belo. Anarquia é filho do Sistema Atual e como tal, anarquistas não atacam o sistema. Anarquistas atacam o governo, utilizando diversos argumentos que na maioria das vezes são sem pé e cabeça.
Os anarquistas aspiram por conseguinte, a supressão de todos
os privilégios, do privilégio da riqueza como do privilégio do poder: do
privilégio do bem-estar com dos privilégios do saber.
O Anarquismo vislumbra o progresso não como o acúmulo
constante de bens materiais ou como a complexidade crescente de estilos de
vida, mas em termos de uma moralização da sociedade através da supressão da
autoridade, da desigualdade e da exploração econômica.
O Anarquismo esta assentado sobre 4 pilares e tem por
base 4 asserções:
Pilares:
– Político: contra o monopólio da autoridade;
– Social: pela construção (AutoGestão) de uma sociedade tendo por base a liberdade, a igualdade e a fraternidade;
– Econômico: contra o monopólio da propriedade;
– Individual: pela supressão da autoridade nas relações cotidianas,
tendo em vista sempre que a humanidade poderia ser mais feliz se ela fizesse a
escolha da liberdade e da igualdade.
– Social: pela construção (AutoGestão) de uma sociedade tendo por base a liberdade, a igualdade e a fraternidade;
– Econômico: contra o monopólio da propriedade;
Asserções:
– Estética: a sociedade seria melhor sem governo;
– Ética: teríamos interesse em trabalhar para construir uma sociedade sem governo;
– Científica: a sociedade pode existir sem governo;
– Tática: vale mais enfraquecer a autoridade hoje do que amanhã.
– Ética: teríamos interesse em trabalhar para construir uma sociedade sem governo;
– Científica: a sociedade pode existir sem governo;
– Tática: vale mais enfraquecer a autoridade hoje do que amanhã.
Anarquia significa ausência de coerção e não a ausência de
ordem. A noção equivocada de que anarquia é sinônimo de caos se
popularizou entre o fim do século XIX e o início do século XX, através dos
meios de comunicação e de propaganda patronais, mantidos por instituições
políticas e religiosas. Nesse período, em razão do grau elevado de
organização dos segmentos operários, de fundo libertário, surgiram inúmeras
campanhas antianarquistas. Outro equívoco banal é se considerar anarquia como
sendo a ausência de laços de solidariedade (indiferença) entre os homens,
quando, em realidade, um dos laços mais valorizados pelos anarquistas é o
auxílio mútuo. À ausência de ordem – ideia externa ao princípio anarquista -, dá-se
o nome de “anomia”.
Há diversos tipos e tradições de anarquismo, os quais não são mutuamente exclusivas. Cada vertente do anarquismo tem uma linha de compreensão, análise, ação e edificação política específica, embora todas vinculadas pelos ideais base do anarquismo. Correntes do anarquismo tem sido divididas em anarquismo social e anarquismo individualista, ou em classificações semelhantes..
A maioria dos anarquistas se opõe a todas as formas de agressão, apoiando a autodefesa ou a não violência (anarcopacifismo); outros, contudo, apoiam o uso de outros meios, como a revolução violenta. Outro conceito, a propaganda pelo ato, apesar de ter tido um início violento, hoje em dia incorporou diversos tipos de ações não violentas.
O Anarquismo e sua História
No sentido comum, a anarquia sempre foi o caos, a desordem. A
palavra transformou-se em sinônimo de bagunça e os cronistas e maioria dos
historiadores de hoje jamais lograram repor o significado veraz de um passado
glorioso e, no mínimo, construtivo. Por paradoxal que pareça, anarquia não é
bagunça, muito menos desordem. Mas não é com apenas uma pequena dose de
purgante que se limpam quase dois séculos de distorções acumuladas na cabeça
dos homens e alimentadas dia a dia.
A idéia de caos na sociedade está bem distante do que um dia
pensou Tolstoi, Godwin, Thoreau ou Kropotkin (pensadores anarquistas). A
palavra ANARCHOS, em grego, pode ser usada para definir desordem na falta de um
governo, ou quando não existe necessidade dele. Portanto, anarquia, etimologicamente
quer dizer sem governo, sem autoridade, sem superiores. Somente.
Os franceses tiveram a honra de usar a palavra
pejorativamente pela primeira vez. Durante a Revolução Francesa, os girondinos
usaram-na para injuriar seus adversários da esquerda. Brissot xingava os
Enragés de anarquistas. Robespierre foi vítima da mesma pecha. Coube a
Pierre-Joseph Proudhon a recuperação e cunhagem do termo anos depois, ao
reivindicar para si o título de anarquista, usando-o de maneira positiva e
aproveitando a ambigüidade da palavra original grega.
Sebastien Faure, outro teórico anarquista, diria depois:
"quem negue a autoridade e a combate é um anarquista". Woodcock, em
1960, completou a definição relativizando-a: "todo anarquista nega a
autoridade, muitos a combatem". E a idéia do caos continua distante.
O que atualmente se sabe dos anarquistas foi plantado
seguramente com a aparição, no cenário político, de Bakunin, um russo curioso e
instigante. Antes dele os historiadores detectam outros personagens fora do
contexto conturbado da luta política, das barricadas, das reuniões
internacionais, das greves e das fugas espetaculosas. Willian Godwin, Thoreau
ou Max Stiner, por exemplo, desenvolveram seus projetos à parte do movimento
dito anarquista, frutos apenas do espírito do tempo.
Todos os anarquistas concordam que o homem possui, por
natureza, todos os atributos necessários para viver em liberdade e concórdia
social. Não acreditam que o homem seja bom por natureza, mas estão convencidos
de que o seja por natureza social. A isto Proudhon dá o nome de "imanente
senso humano de justiça". Kropotkin acha que uma sociedade livre seria uma
sociedade natural. Godwin raciocina no sentido de que se o homem é por natureza
capaz de viver em uma sociedade livre, é evidente que aqueles que tentarem
impor leis serão os verdadeiros inimigos da sociedade. Neste caso, o
anarquista, ao contrário do emérito destruidor, seria o regenerador que vai
restabelecer o equilíbrio necessário à sociedade. Quem fala em equilíbrio não
pensa em caos.
O ódio visceral de todos os anarquistas é contra este leviatã
da sociedade moderna, este organismo imenso e todo-poderoso, a síntese da
autoridade e da centralização, a espada de Dâmocles que, pendida sobre a cabeça
de cada cidadão, foi paulatinamente conquistando o poder político, econômico e
social: o Estado. Todos o fulminam com invectivas e adjetivos. Consideram-no
seu inimigo.
E os anarquistas não fizeram mais, até hoje, do que combater
o Estado, o governo, a autoridade. Certo, todos hão de convir, jamais se
encontrará na história do anarquismo, se olhada desde o ponto de vista oficial,
uma vitória maior e duradoura. O anarquismo, grosso modo, talvez possa
significar também comunidades federadas e autônomas. Por isto os anarquistas
criticam em primeiro lugar a democracia burguesa que criou e garantiu a
existência permanente de uma aristocracia governamental e nunca deixam de
denunciar o sufrágio universal. Rejeitam categoricamente a participação
política no Estado e boicotam as urnas.
Profetizaram o fracasso do comunismo de Estado e denunciaram
o autoritarismo presente em Marx quando o combateram dentro de sua organização,
a I Internacional, e levaram a melhor.
Antológica a observação de Kropotkin, na Rússia, em outubro
de 1917, quando os bolcheviques publicaram os primeiros decretos tornando
oficial o que já era fato consumado, a expropriação das terras e das
indústrias, criticando a usurpação pelo Estado do que já era conquista de
massas trabalhadoras: "Eles estão sepultando a revolução".
Pode-se argumentar que outra atitude não seria possível aos
bolcheviques no momento. Mas tanto Kropotkin como os outros anarquistas foram
até a morte contrários à tomada de poder, à tomada do Estado. Defendiam sua
abolição.
Outro fundamento básico é que cada comunidade, cada
indivíduo, para os anarquistas, deve determinar sua vida. As minorias têm todo
o direito de discordar e fazer diferentemente, o homem precisa ser livre.
Ingenuidade? Talvez. Não há como negar este componente e todas as formulações
ácratas (acracia significa, em grego, sem governo; é sinônimo de anarquia).
Na comunidade ou fora dela alguém só pode ser livre se os
outros também o forem, ensinou Bakunin num momento caloroso de seu histórico
debate dentro do movimento internacional dos trabalhadores. Seu discurso foi
particularmente interessante: "Detesto a comunhão, porque o comunismo
concentra e engole, em benefício do Estado, todas as forças da sociedade;
porque conduz inevitavelmente à concentração da propriedade nas mãos do Estado,
enquanto eu proponho a abolição do Estado, a extinção definitiva do princípio
mesmo da autoridade e tutela, próprios do Estado, no qual, com o pretexto de
moralizar e civilizar os homens, conseguiu até agora somente escravizá-los,
persegui-los e corrompe-los. Quero que a sociedade e a propriedade coletiva ou
social estejam organizadas de baixo para cima por meio da livre associação e
não de cima para baixo mediante autoridade, seja de que classe for. Proponho a
abolição do Estado, proponho ao mesmo tempo a abolição da propriedade pessoal
recebida em herança, a qual não é senão uma instituição do Estado, uma
conseqüência direta dos princípios do Estado. Eis aí senhores por que eu sou
coletivista e não comunista".
Nenhum centro de poder poderia obrigar ninguém a trabalhar.
Cada pessoa seria o juiz de suas próprias exigências, tomando dos armazéns
comuns tudo que considerasse necessário, contribuindo ou não com sua parte no
trabalho. Este que foi considerado o generoso otimismo de Kropotkin levou-o a
estabelecer que, uma vez eliminados o poder político e a exploração econômica,
todos os homens trabalhariam voluntariamente, sem nenhum tipo de obrigação e
não pegariam dos armazéns comunais nada mais do que o necessário para uma
existência confortável.
Baseavam-se na convicção de que a libertação, antes de ser
coletiva e material, tinha que ser individual e mental.
Para os anarquistas sindicalistas a GREVE GERAL é o supremo
instrumento estratégico revolucionário. Concebem a sociedade formada de
produtores de um lado e parasitas do outro. O sindicato une estes produtores
com uma única finalidade: a luta. Por isso é válida toda e qualquer forma de
paralisação ou greve que manifeste as insatisfações dos sindicatos e é
importante que ocorra a adesão dos companheiros de sindicatos em solidariedade
aos colegas. Lembrando que não é, para os anarquistas, da obrigação de cada sindicalista
aderir ao movimento do grupo. A liberdade de escolha é sempre respeitada. Isso
pode se dar em todos os tipos de grupos sociais como os estudantes e
professores nos colégios, rodoviários, comerciantes, etc...
No final do século passado e no começo deste, imbuídos do
fervor anarquista, a maioria dos sindicatos franceses tomou posições hostis
frente ao Estado e foi contrária à tomada do poder político. Inclinou-se para
uma revolução social que destruiria o sistema capitalista e inauguraria uma sociedade
sem Estado, cuja economia seria dirigida por uma confederação geral de
sindicatos.
No Brasil é famosa sobretudo a greve geral de 1917 que se
alastrou por TODO O PAÍS, organizada e comandada pelos militantes anárquicos
aqui radicados, muitos dos quais depois perseguidos pela repressão do Estado e
pelo stalinismo, que literalmente tentou arrasar com o anarquismo em todo o
planeta - tendo-o logrado completamente na URSS.
Mas apesar dos mesquinhos estereótipos e repressões
destinados ao movimento anarquista, enquanto o Estado (que tem se demonstrado
medíocre, autoritário e fraudulento, tanto no Brasil como em outros países)
existir, militantes libertários estarão ativos em seus bairros, universidades,
colégios, internet, trabalhos ou sindicatos pela insubmissão, liberdade,
apoio-mútuo e autogestão!
Nenhum comentário:
Postar um comentário