O bilionário George Soros, um dos
mais notórios especuladores financeiros globais, concedeu uma entrevista à
jornalista Fernanda Mena da Folha de S.Paulo, em que defendeu temas
de alcance social, como a descriminalização das drogas leves e estímulos
fiscais à filantropia.
“Acho que dependência de drogas é um
problema insolúvel porque, de alguma maneira, é inerente à natureza humana. Nem
todo o mundo se torna dependente de drogas, mas algumas pessoas, sim. E eu não
conheço a solução para isso, mas sei que a guerra às drogas, que trata aqueles
que sofrem de dependência como criminosos, tem causado mais danos do que a
dependência em si”, disse ele.
Soros trata a legalização da maconha
como um fenômeno irreversível. “Acho que a legalização da maconha está
praticamente assegurada nos EUA. Já ocorreu em três Estados e deve irradiar
para o restante do país.”
Ele também falou sobre filantropia e
defendeu uma maior taxação sobre heranças, como estímulo às doações. “Haverá um
número maior de bilionários brasileiros inclinados à filantropia se houver
legislação favorável. O Brasil poderia aumentar impostos sobre heranças, dando
isenção para quem doar esse montante para filantropia. Taxas e impostos devem
servir para redistribuir renda.”
Tal posicionamento, segundo defende
há bastante tempo o colunista Reinaldo Azevedo da revista Veja,
entretanto, não é em vão: o projeto de legalização plena da maconha não é coisa
dos uruguaios, mas da organização Open Society, criada pelo multibilionário
George Soros. Todas as ONGs e entidades que financiam a campanha pela
legalização das drogas no Uruguai, no Brasil e em vários países periféricos são
financiadas por ela.
Reinaldo convida os leitores a
entrarem “nas páginas dos lobbies em favor da
descriminalização ou da legalização de todas as drogas, vejam quem financia e
persigam o dinheiro para ver aonde vai dar. Soros quer no mercado financeiro os
bilhões de dólares que circulam no narcotráfico. E isso só é possível com a
legalização plena de todas as drogas, não só da maconha. Esse é só o primeiro
passo. Ele sabe que, nos EUA, essa proposta é impossível, apesar do avanço da
campanha pró-maconha. Então tenta disseminá-la nos países pobres. O Uruguai,
infelizmente, é o primeiro a cair”.
E faz um alerta: “A pressão por lei
semelhante vai crescer no Brasil, podem escrever, que já vive o drama da
legalização informal do crack. Não custa lembrar. O Uruguai é um
pouco maior do que o Ceará e tem uma população um pouquinho maior do que a do
Piauí. Faz fronteira só com Brasil e Argentina e tem apenas 660 km de costa
marítima. Com o Brasilzão e seus 200 milhões de habitantes, a história é outra:
temos 9.230 km de litoral e fazemos fronteira com nove países. Quatro deles são
altos produtores de cocaína – Colômbia, Venezuela, Peru e Bolívia – e um de
maconha: o Paraguai. Vocês logo começarão a ouvir que o Uruguai é um exemplo a
ser seguido pelo Brasil. Seria um desastre!”
E lembra que endurecer a pena para o
tráfico não resolve a questão porque, de acordo com Reinaldo, “existe tráfico
até de tabaco, que é uma substância legal. É claro que as regiões fronteiriças
– Argentina e Rio Grande do Sul – receberão um fluxo maior de traficantes.
Trata-se apenas da velha e boa lei de mercado”
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