Sinopse: Documentário focado sobre a indústria da moda e os deletérios impactos social e ambiental.
Reflexões:
• Consumismo
• Responsabilidade Social / Trabalho escravo
• Modelo econômico baseado em crescimento
• Responsabilidade Social / Trabalho escravo
• Modelo econômico baseado em crescimento
Esta resenha contém spoilers. Sugiro ler esta resenha após ter assistido este excepcional e provocador documentário.
O documentário foi gravado em diversas localidades pelo mundo procurando abordar os diferentes aspectos e impactos da indústria da moda em nossa sociedade.
Com a globalização, os negócios se tornaram internacionais, as grandes marcas da moda fazem contratos com aqueles fornecedores que oferecerem melhor preço, na busca sempre do maior lucro.
Invariavelmente, as roupas acabam sendo confeccionadas no terceiro mundo, onde a mão de obra é mais barata. Os donos das fábricas têxteis devido às margens de lucro apertadas submetem seus empregados a condições de trabalho inseguras e que beiram ao trabalho escravo.
Periodicamente, tragédias ocorrem nestas fábricas como o desabamento do Rana Plaza em Bangladesh no ano de 2013 e que resultou na morte de 1133 pessoas. O grande argumento defensivo das grandes marcas de moda é que eles estão dando oportunidades de emprego para estas pessoas. No entanto, os empregados além trabalharem em locais inseguros, recebem muito pouco pelo serviço realizado, na maioria das vezes, alguns centavos de dólar por hora.
Esta mão de obra barata permitiu que as marcas de moda abaixassem os preços dos seus produtos, estimulando as pessoas a consumirem cada vez mais. É a chamada Fast Fashion, algo como moda rápida. Uma coleção é lançada logo após a outra, assim sempre há novidades para a população sedenta por consumir, seduzida pela propaganda e pelos preços baixos. 80 milhões de peças de roupa são consumidas por ano no mundo todo, que representa 400 % a mais do que a uma década atrás. A indústria da moda como um todo compõe uma indústria de 3 trilhões de dólares por ano. Segundo o documentário, é o segundo setor que mais polui o mundo, atrás apenas da indústria do petróleo.
O documentário ainda aborda as consequências danosas desse consumismo: o esgotamento dos recursos naturais, o uso de pesticidas e sementes modificadas geneticamente para manter a produção de algodão alta o suficiente para atender a demanda da produção, a consequente poluição do meio ambiente e problemas de saúde decorrentes dessa poluição.
O documentário também aborda algumas iniciativas positivas que procuram combater esta realidade preocupante. A Patagonia, da California, é uma marca de roupas para esportes que procura usar políticas de sustentabilidade e elabora produtos feitos para longa duração. Ela procura desestimular o consumidor. Já publiquei um post anterior elogiando esta política de sustentabilidade desta admirável marca. Se perdeu, acessem no post: Patagonia… Precisamos de mais empresas como esta…
Outra inovadora iniciativa, desta vez sediada em Londres, a People Tree também é outra marca de moda que procura agir eticamente tanto do ponto de vista de responsabilidade social bem como ambiental.
Enfim, o documentário é um “soco na boca do estômago”. É impossível assistir e não parar para refletir sobre o mundo em que vivemos e qual é o nosso papel nesta engrenagem toda
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